Agências de desenvolvimento e a ampliação da esfera pública para a gestão territorial

Abstract

O artigo propõe uma reflexão acerca das possibilidades e limitações da participação do arranjo institucional agência de desenvolvimento num processo de efetiva gestão territorial no Paraná. A análise foi realizada com informações advindas de revisão bibliográfica e entrevistas selecionadas. Com o intuito de desenvolver uma primeira leitura acerca das características da experiência paranaense de ADRs, procurou-se, para este texto, expor o papel indutor de organismos do setor empresarial, as principais perspectivas das organizações atuantes, os instrumentos utilizados e os desafios para a consolidação na visão de representantes de agências. Ao final, conclui-se que as agências de desenvolvimento têm um importante papel no enfrentamento da desigualdade territorial. No entanto, é fundamental que essa institucionalidade se viabilize mediante um pacto territorial que considere o desenvolvimento como um fenômeno multiescalar. No processo de organização territorial, o papel do Estado tem induzido a concentração de investimentos, desde os anos 1960, em algumas espacialidades consideradas relevantes, em detrimento das regiões menos dinâmicas. Neste contexto, um novo modelo de desenvolvimento, envolve, prioritariamente, a ação do Estado na realização de políticas que revertam essa tendência.