Mercado de Carbono no Brasil: analisando efeitos de eficiência e distributivos

Autores

  • Luiza Maia de Castro Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ
  • Ronaldo Seroa da Motta Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ

Palavras-chave:

Mercado de carbono. Indústria brasileira. Eficiência. Equidade.

Resumo

Desde o Protocolo de Quioto surgiram várias experiências com mercados de carbono para aumentar o custo-efetividade dos esforços de mitigação das políticas climáticas. Nesses mercados, direitos de emissão podem ser transacionados entre as fontes reguladas para a consecução das suas metas. Na ausência de custos assimétricos de transação, a alocação de direitos por fonte emissora não afeta a eficiência do mercado, mas, por outro lado, cada critério de alocação gera distinta distribuição de custos e receitas. O objetivo deste estudo é medir esses efeitos de eficiência econômica e distributivos com base num modelo de simulação de um mercado de carbono para a indústria brasileira para o período 2010-2030. Para tal, adota-se um cenário em que a meta agregada é alocada por setor na proporção das emissões setoriais atuais, e outro onde a distribuição setorial da meta agregada protege os setores com maiores custos médios de mitigação. Os resultados mostram que para a meta agregada de 30% houve uma redução de 78 a 82% do custo total de mitigação se comparado com o custo para atingir a mesma meta sem uso do mecanismo de mercado. Em termos distributivos, evidencia-se que o setor de metalurgia teve sua meta elevada para beneficiar, em particular, o setor de refino, onde os custos de abatimento são muito mais elevados. Em suma, esse exercício de simulação mostra os ganhos de eficiência de mecanismos de mercado e enfatiza a importância da natureza política no processo de definição dos critérios de alocação de direitos de emissão.

 

Biografia do Autor

Luiza Maia de Castro, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ

Estudante de mestrado em Planejamento Ambiental e Energético da COPPE/ UFRJ. Tem experiência na área de Economia, com ênfase em Economia do meio ambiente.

Ronaldo Seroa da Motta, Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ

Doutor em Economia pela University College London. É professor de Economia Ambiental da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e do IBMEC/RJ. Ex-Coordenador de Estudos de Regulação e de Meio Ambiente do IPEA, Ex-Diretor da Agência Nacional de Aviação para as áreas de Pesquisa e Relações Internacionais, Ex-Diretor de Políticas Ambientais do Ministério do Meio Ambiente.Review Editor do IPCC/AR5/WGIII/Ch15. Atua principalmente nos seguintes temas: valoração e regulação ambiental e regulação econômica.

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Publicado

2013-12-18

Como Citar

Castro, L. M. de, & Motta, R. S. da. (2013). Mercado de Carbono no Brasil: analisando efeitos de eficiência e distributivos. Revista Paranaense De Desenvolvimento - RPD, 34(125), 57–78. Recuperado de https://ipardes.emnuvens.com.br/revistaparanaense/article/view/630

Edição

Seção

Dossiê: Economia, Meio Ambiente e Desenvolvimento. Org.: Prof. Dr. Christian Luiz da Silva